Como parte das comemorações dos seus 45 anos, o Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo apresenta, até 14 de junho, uma exposição que resgata parte da história fotográfica da capital paulista. Chamada de Lambe-lambe: os Fotógrafos de Rua na São Paulo dos Anos 70, a exposição é composta por uma coleção de fotos proposta por Marcio Lucas Gimenez Mazza e José de Fernandes Teixeira Filho, que retratam fotógrafos daquela época em atividade.
A exposição, gratuita, tem curadoria de Isabella Lenzi, e integra o programa anual do museu chamado Maio Fotografia no MIS. “Essa exposição é um recorte do acervo do MIS, que em maio completa 45 anos. Meu ponto de partida foi compreender a história desse museu”, explicou a curadora à Agência Brasil.
Os fotógrafos trabalhavam principalmente em parques, no centro da capital paulista, e utilizavam uma máquina que parecia um caixote, com um laboratório acoplado, e também uma espécie de saco preto, no qual se posicionavam para clicar e revelar a foto instantaneamente. Os lambe-lambe surgiram na cidade no início do século 20, mas viveram o seu grande momento entre as décadas de 40 e 50. Quando a coleção que está sendo apresentada pelo museu foi montada, na década de 1970, os lambe-lambe já eram raros na cidade.
“Esses fotógrafos registravam as pessoas nos espaços públicos, e todo o processo de fotografia e revelação era feito na hora. Era uma fotografia instantânea. As famílias iam para as praças para serem fotografadas”, disse a curadora. “Esses profissionais eram desconhecidos, trabalhavam nas ruas, mas estão no imaginário da população de todo o país. Até hoje ainda existem lambe-lambe, e todo mundo tem em casa uma fotografia lambe-lambe. Essa exposição é uma homenagem a esse profissional”, segundo Izabella.
A coleção conta com cerca de 80 ampliações fotográficas e 80 cromos coloridos, além de depoimentos dos fotógrafos de rua e uma câmera Bernardi, de 1921. Há também uma carta assinada por Marcio Mazza e José Teixeira Filho, na época estudantes da Universidade de São Paulo (USP), ao então diretor executivo do museu, Rudá de Andrade, em que propõem registrar e pesquisar os fotógrafos lambe-lambe.
A médica Regina Barros Domingues visitou a exposição na última quinta-feira (23). “Achei bem legal, bem interessante. Lembrei ter visto [fotógrafos lambe-lambe] na infância, nas praças de São Paulo”, disse.
A origem do nome lambe-lambe é desconhecida. Mas há duas hipóteses principais para o apelido: a primeira aponta que o nome surgiu no período em que eram utilizadas placas de vidro para fazer os negativos e os fotógrafos lambiam a placa para determinar o lado da emulsão fotográfica. A outra versão é de que o nome surgiu porque os fotógrafos lambiam os envelopes com fotos antes de fechá-los e entregá-los aos clientes. “Há também uma versão de que os clientes passavam a língua na mão, e esta, umedecida, era levada ao cabelo para se arrumar [para a foto]”, acrescentou a curadora.
Além desta exposição, o MIS está com mais três exposições fotográficas. Entre elas, O Mundo Revelado de Vivian Maier, que apresenta parte da obra da fotógrafa norte-americana, que trabalhou como babá por 40 anos, e teve sua obra descoberta somente em 2007, dois anos antes de morrer. Os outros projetos são: Perto do Rio Tenho Sete Anos, fotografias em grande formato de André Gardenberg, inspiradas no universo do poeta Manoel de Barros; e Rastros 1, de Roberto Frankenberg, que retrata campos de concentração nos quais morreram seus parentes.
Para o fotógrafo Adilson Santos, é importante que conhecemos não só esta história, como levemos nossos filhos, a nova geração, para que nesta era moderna onde fazemos fotos com celulares e até relógios, onde eles possam ver e conhecer a história da fotografia.
Fonte: Agência Brasil
A exposição, gratuita, tem curadoria de Isabella Lenzi, e integra o programa anual do museu chamado Maio Fotografia no MIS. “Essa exposição é um recorte do acervo do MIS, que em maio completa 45 anos. Meu ponto de partida foi compreender a história desse museu”, explicou a curadora à Agência Brasil.
Os fotógrafos trabalhavam principalmente em parques, no centro da capital paulista, e utilizavam uma máquina que parecia um caixote, com um laboratório acoplado, e também uma espécie de saco preto, no qual se posicionavam para clicar e revelar a foto instantaneamente. Os lambe-lambe surgiram na cidade no início do século 20, mas viveram o seu grande momento entre as décadas de 40 e 50. Quando a coleção que está sendo apresentada pelo museu foi montada, na década de 1970, os lambe-lambe já eram raros na cidade.
“Esses fotógrafos registravam as pessoas nos espaços públicos, e todo o processo de fotografia e revelação era feito na hora. Era uma fotografia instantânea. As famílias iam para as praças para serem fotografadas”, disse a curadora. “Esses profissionais eram desconhecidos, trabalhavam nas ruas, mas estão no imaginário da população de todo o país. Até hoje ainda existem lambe-lambe, e todo mundo tem em casa uma fotografia lambe-lambe. Essa exposição é uma homenagem a esse profissional”, segundo Izabella.
A coleção conta com cerca de 80 ampliações fotográficas e 80 cromos coloridos, além de depoimentos dos fotógrafos de rua e uma câmera Bernardi, de 1921. Há também uma carta assinada por Marcio Mazza e José Teixeira Filho, na época estudantes da Universidade de São Paulo (USP), ao então diretor executivo do museu, Rudá de Andrade, em que propõem registrar e pesquisar os fotógrafos lambe-lambe.
A médica Regina Barros Domingues visitou a exposição na última quinta-feira (23). “Achei bem legal, bem interessante. Lembrei ter visto [fotógrafos lambe-lambe] na infância, nas praças de São Paulo”, disse.
A origem do nome lambe-lambe é desconhecida. Mas há duas hipóteses principais para o apelido: a primeira aponta que o nome surgiu no período em que eram utilizadas placas de vidro para fazer os negativos e os fotógrafos lambiam a placa para determinar o lado da emulsão fotográfica. A outra versão é de que o nome surgiu porque os fotógrafos lambiam os envelopes com fotos antes de fechá-los e entregá-los aos clientes. “Há também uma versão de que os clientes passavam a língua na mão, e esta, umedecida, era levada ao cabelo para se arrumar [para a foto]”, acrescentou a curadora.
Além desta exposição, o MIS está com mais três exposições fotográficas. Entre elas, O Mundo Revelado de Vivian Maier, que apresenta parte da obra da fotógrafa norte-americana, que trabalhou como babá por 40 anos, e teve sua obra descoberta somente em 2007, dois anos antes de morrer. Os outros projetos são: Perto do Rio Tenho Sete Anos, fotografias em grande formato de André Gardenberg, inspiradas no universo do poeta Manoel de Barros; e Rastros 1, de Roberto Frankenberg, que retrata campos de concentração nos quais morreram seus parentes.
Para o fotógrafo Adilson Santos, é importante que conhecemos não só esta história, como levemos nossos filhos, a nova geração, para que nesta era moderna onde fazemos fotos com celulares e até relógios, onde eles possam ver e conhecer a história da fotografia.
Fonte: Agência Brasil
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