Isabela Vieira
Abrir no Rio de Janeiro um centro cultural para apresentar a cultura nigeriana aos brasileiros e estreitar laços com aquele país, berço de elementos que fazem parte das religiões de matriz africana é uma das propostas da Yalorisa (sacerdotisa da religião afro-brasileira) Rosângela D'Yewa. Homenageada hoje (28), com a Medalha Pedro Ernesto – a mais alta horaria concedida pela Câmara de Vereadores da cidade –, a sacerdotisa pretende coletar apoio da sociedade e de governos para a proposta.
A ideia é que a Casa da Nigéria ofereça cursos de língua iorubá – utilizada em cultos afros–, de culinária, ensine sobre a história do continente africano e sobre a Nigéria, além de manter um espaço onde religiões de matriz africana possam dialogar. Segundo Rosângela, o candomblé têm sua origem naquele país, para onde os religiosos viajam até hoje tentando resgatar tradições.
“Ainda não temos um local onde possamos discutir e avaliar nossas necessidades. Estamos restritas aos axé, como se esses fossem feudos”, disse a yalorisa, durante a homenagem, na Câmara. Ela criticou que as escolas ainda não aplicam a lei federal que obriga o ensino da história e das culturas afro-brasileiras e africanas. “Podemos ser referência”.
A princesa nigeriana do reino de Oyo, Arewa Folashade, que tem se dedicado à promoção da cultura iorubá na diáspora (dispersão de um povo em consequência de preconceito ou perseguição política, religiosa ou étnica) é uma das apoiadoras da Casa da Nigéria. Ela veio ao Rio participar da homenagem à yalorisa brasileira – embaixadora da cultura do Império de Oyo no Brasil– e propor a cooperação entre os países. Arewa defende parcerias com a sociedade civil, governos e empresas, levando em consideração a influência da cultura iorubá na formação do país.
Filha do Alaafin (rei) de Oyo (um dos vários reinos da Nigéria), o Oba Olayiwola Lamidi Adeyemi III Arewa Folashade, que está em sua segunda visita ao Brasil, também aproveitou para agradecer o papel dos terreiros de candomblé na manutenção da cultura iorubá, apesar da história. No século 19, saíram da região de Oyo, no sudeste da Nigéria e do Benim, boa parte dos africanos enviados como escravos em condições precárias ao Brasil, principalmente, para a Bahia.
“Na Nigéria nós temos vários grupos culturais, de diferentes etnias, dentro os quais, o iorubá é a maior. A cultura iorubá é muito forte e atravessou o oceano por meio da tradição. E não estamos falando apenas de religião, mas de toda a cultura e práticas ancestrais. Toda a família iorubana tem seu orixá, não importa se você é muçulmano ou cristão”, disse a princesa, que é muçulmana.
A professora de história Ana Cristina da Luz Kehl, que apoia a ideia, diz que um centro cultural para difundir a cultura da Nigéria chegou a funcionar em Salvador, no Pelourinho, onde foram abertas também uma Casa de Angola e outra do Benin. Na época a intenção era ter diversas casas representando países africanos em um dos pontos mais simbólicos da escravidão.
Para destacar a contribuição da cultura iorubá no país, hoje, além da medalha Pedro Ernesto, foram também entregues pelo vereador professor Uóston (PMDB) mais 30 menções honrosas em referência ao trabalho de sacerdotisas e sacerdotes na preservação da cultura herdada de África.
Foto: Isabela Vieira
Abrir no Rio de Janeiro um centro cultural para apresentar a cultura nigeriana aos brasileiros e estreitar laços com aquele país, berço de elementos que fazem parte das religiões de matriz africana é uma das propostas da Yalorisa (sacerdotisa da religião afro-brasileira) Rosângela D'Yewa. Homenageada hoje (28), com a Medalha Pedro Ernesto – a mais alta horaria concedida pela Câmara de Vereadores da cidade –, a sacerdotisa pretende coletar apoio da sociedade e de governos para a proposta.
A ideia é que a Casa da Nigéria ofereça cursos de língua iorubá – utilizada em cultos afros–, de culinária, ensine sobre a história do continente africano e sobre a Nigéria, além de manter um espaço onde religiões de matriz africana possam dialogar. Segundo Rosângela, o candomblé têm sua origem naquele país, para onde os religiosos viajam até hoje tentando resgatar tradições.
“Ainda não temos um local onde possamos discutir e avaliar nossas necessidades. Estamos restritas aos axé, como se esses fossem feudos”, disse a yalorisa, durante a homenagem, na Câmara. Ela criticou que as escolas ainda não aplicam a lei federal que obriga o ensino da história e das culturas afro-brasileiras e africanas. “Podemos ser referência”.
A princesa nigeriana do reino de Oyo, Arewa Folashade, que tem se dedicado à promoção da cultura iorubá na diáspora (dispersão de um povo em consequência de preconceito ou perseguição política, religiosa ou étnica) é uma das apoiadoras da Casa da Nigéria. Ela veio ao Rio participar da homenagem à yalorisa brasileira – embaixadora da cultura do Império de Oyo no Brasil– e propor a cooperação entre os países. Arewa defende parcerias com a sociedade civil, governos e empresas, levando em consideração a influência da cultura iorubá na formação do país.
Filha do Alaafin (rei) de Oyo (um dos vários reinos da Nigéria), o Oba Olayiwola Lamidi Adeyemi III Arewa Folashade, que está em sua segunda visita ao Brasil, também aproveitou para agradecer o papel dos terreiros de candomblé na manutenção da cultura iorubá, apesar da história. No século 19, saíram da região de Oyo, no sudeste da Nigéria e do Benim, boa parte dos africanos enviados como escravos em condições precárias ao Brasil, principalmente, para a Bahia.
“Na Nigéria nós temos vários grupos culturais, de diferentes etnias, dentro os quais, o iorubá é a maior. A cultura iorubá é muito forte e atravessou o oceano por meio da tradição. E não estamos falando apenas de religião, mas de toda a cultura e práticas ancestrais. Toda a família iorubana tem seu orixá, não importa se você é muçulmano ou cristão”, disse a princesa, que é muçulmana.
A professora de história Ana Cristina da Luz Kehl, que apoia a ideia, diz que um centro cultural para difundir a cultura da Nigéria chegou a funcionar em Salvador, no Pelourinho, onde foram abertas também uma Casa de Angola e outra do Benin. Na época a intenção era ter diversas casas representando países africanos em um dos pontos mais simbólicos da escravidão.
Para destacar a contribuição da cultura iorubá no país, hoje, além da medalha Pedro Ernesto, foram também entregues pelo vereador professor Uóston (PMDB) mais 30 menções honrosas em referência ao trabalho de sacerdotisas e sacerdotes na preservação da cultura herdada de África.
Foto: Isabela Vieira
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