Léo Rodrigues
Estudantes de Belo Horizonte afetados pelo adiamento da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) reclamaram da distância dos novos locais onde a avaliação foi aplicada. Hoje (4), no segundo e último dia das provas, foram realizadas questões de matemática e linguagens, além da redação. Aplicado no início de novembro para 5,8 milhões de inscritos, o Enem foi adiado para cerca de 277 mil candidatos para este fim de semana.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 98,52% dos casos, a nova data foi agendada devido às ocupações estudantis nos locais de provas, em protesto contra a medida provisória que flexibiliza o currículo do ensino médio e contra a proposta de emenda à Constituição que fixa um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Os demais estudantes afetados pelo adiamento sofreram com contingências na primeira aplicação do exame, como queda de energia elétrica.
Vanessa dos Santos Gomes, de 20 anos, realizaria a prova no mês passado no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde a aplicação do Enem foi cancelada, mesmo em prédios que não estavam ocupados. Com o adiamento, ela precisou se deslocar ao bairro de Lourdes, em um edifício do Centro Universitário UNA. O novo local fica cerca de dez quilômetros de distância da UFMG. “Gostei muito não. Meu local de prova anterior era muito mais próximo da minha casa”, reclama.
A estudante faz uma ponderação sobre as ocupações: “Eu não tiro a razão porque essa PEC irá afetar nós todos. Por outro lado, os manifestantes atrapalharam quem queria fazer a prova. Nesse sentido acho que foi errado”.
Para Vanessa, o adiamento deveria ter ocorrido para todos os inscritos, dando mais segurança em relação à isonomia do exame. “Seria melhor se a medida atingisse a todos. Eu não quis ver e não sei como foi a primeira prova”, diz. No mês passado, estudantes que prestaram o exame também não aprovaram a mudança de data para apenas alguns inscritos. Por sua vez, o Inep assegurou que as provas teriam o mesmo nível de dificuldade.
A distância do novo local de prova também foi criticada por Victor Alexandre da Silva, de 18 anos. Ele prestaria o exame na região de Venda Nova, onde mora. Com a mudança, ele percorreu cerca de 15 quilômetros até o Centro Universitário UNA. Apesar de a localização ter lhe desagradado, ele considera o adiamento bem-vindo. “Tive mais tempo para estudar”, diz.
Victor disse que não se preocupou em conhecer as questões aplicadas em novembro porque sabia que os exercícios seriam bem diferentes, embora ele acredite que o nível de dificuldade tenha sido semelhante. O estudante evitou se posicionar sobre as ocupações: “Tem gente séria e gente que está lá só para fazer bagunça. Vamos ver o que vai dar isso aí.”
Sem pretensões
Candidatos que realizaram o Enem sem grandes pretensões também lamentaram a distância do novo local de prova. Vitor Mendes, de 15 anos, ainda não tem idade para ingressar no ensino superior. Mesmo assim, decidiu fazer o exame como experiência. Em novembro, ele também realizaria a prova na região de Venda Nova e, desta vez, precisou deslocar-se para o bairro de Lourdes. Apesar de se considerar prejudicado, Vitor não tira a razão dos estudantes que participam das ocupações: “Eles têm razão. Essa PEC vai afetar a educação e trará dificuldades principalmente para as famílias de baixa renda”.
Durante a preparação, Vitor resolveu as questões aplicadas no mês passado e discordou da equivalência das avaliações. “A de hoje estava mais difícil. Principalmente matemática estava mais complicado”, constata.
A assistente financeira Viviane Ramos, 38 anos, não teve interesse em conhecer a prova aplicada em novembro. “Eu me inscrevi no Enem por curiosidade. Formei em 1998. Já estou até fazendo especialização”, explica. Ela não viu problemas no adiamento do exame, mas também confessou que queria ter feito as provas mais próximo de casa. No mês passado, ela realizaria o exame na Escola Estadual Maria Luiza Miranda Bastos, no bairro Planalto, a 14 quilômetros do novo local, o Centro Universitário UNA.
Fonte: AB
Estudantes de Belo Horizonte afetados pelo adiamento da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) reclamaram da distância dos novos locais onde a avaliação foi aplicada. Hoje (4), no segundo e último dia das provas, foram realizadas questões de matemática e linguagens, além da redação. Aplicado no início de novembro para 5,8 milhões de inscritos, o Enem foi adiado para cerca de 277 mil candidatos para este fim de semana.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 98,52% dos casos, a nova data foi agendada devido às ocupações estudantis nos locais de provas, em protesto contra a medida provisória que flexibiliza o currículo do ensino médio e contra a proposta de emenda à Constituição que fixa um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Os demais estudantes afetados pelo adiamento sofreram com contingências na primeira aplicação do exame, como queda de energia elétrica.
Vanessa dos Santos Gomes, de 20 anos, realizaria a prova no mês passado no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde a aplicação do Enem foi cancelada, mesmo em prédios que não estavam ocupados. Com o adiamento, ela precisou se deslocar ao bairro de Lourdes, em um edifício do Centro Universitário UNA. O novo local fica cerca de dez quilômetros de distância da UFMG. “Gostei muito não. Meu local de prova anterior era muito mais próximo da minha casa”, reclama.
A estudante faz uma ponderação sobre as ocupações: “Eu não tiro a razão porque essa PEC irá afetar nós todos. Por outro lado, os manifestantes atrapalharam quem queria fazer a prova. Nesse sentido acho que foi errado”.
Para Vanessa, o adiamento deveria ter ocorrido para todos os inscritos, dando mais segurança em relação à isonomia do exame. “Seria melhor se a medida atingisse a todos. Eu não quis ver e não sei como foi a primeira prova”, diz. No mês passado, estudantes que prestaram o exame também não aprovaram a mudança de data para apenas alguns inscritos. Por sua vez, o Inep assegurou que as provas teriam o mesmo nível de dificuldade.
A distância do novo local de prova também foi criticada por Victor Alexandre da Silva, de 18 anos. Ele prestaria o exame na região de Venda Nova, onde mora. Com a mudança, ele percorreu cerca de 15 quilômetros até o Centro Universitário UNA. Apesar de a localização ter lhe desagradado, ele considera o adiamento bem-vindo. “Tive mais tempo para estudar”, diz.
Victor disse que não se preocupou em conhecer as questões aplicadas em novembro porque sabia que os exercícios seriam bem diferentes, embora ele acredite que o nível de dificuldade tenha sido semelhante. O estudante evitou se posicionar sobre as ocupações: “Tem gente séria e gente que está lá só para fazer bagunça. Vamos ver o que vai dar isso aí.”
Sem pretensões
Candidatos que realizaram o Enem sem grandes pretensões também lamentaram a distância do novo local de prova. Vitor Mendes, de 15 anos, ainda não tem idade para ingressar no ensino superior. Mesmo assim, decidiu fazer o exame como experiência. Em novembro, ele também realizaria a prova na região de Venda Nova e, desta vez, precisou deslocar-se para o bairro de Lourdes. Apesar de se considerar prejudicado, Vitor não tira a razão dos estudantes que participam das ocupações: “Eles têm razão. Essa PEC vai afetar a educação e trará dificuldades principalmente para as famílias de baixa renda”.
Durante a preparação, Vitor resolveu as questões aplicadas no mês passado e discordou da equivalência das avaliações. “A de hoje estava mais difícil. Principalmente matemática estava mais complicado”, constata.
A assistente financeira Viviane Ramos, 38 anos, não teve interesse em conhecer a prova aplicada em novembro. “Eu me inscrevi no Enem por curiosidade. Formei em 1998. Já estou até fazendo especialização”, explica. Ela não viu problemas no adiamento do exame, mas também confessou que queria ter feito as provas mais próximo de casa. No mês passado, ela realizaria o exame na Escola Estadual Maria Luiza Miranda Bastos, no bairro Planalto, a 14 quilômetros do novo local, o Centro Universitário UNA.
Fonte: AB
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