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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Riquezas minerais em Guaianases: as turmalinas do Jardim Etelvina e do Jardim Aurora

Um dos minerais mais bonitos encontrados na região de Guaianases (bairro da Zona Lesta na cidade de São Paulo) é a turmalina. A sua cor negra e seu brilho vítreo são muito chamativos. A turmalina ocorre em duas unidades geológicas distintas que temos por aqui, chamadas Complexo Embu e Suíte Granítica Indiferenciada. Nestas duas unidades, a turmalina pode ser encontrada de vários modos, desde espalhada pelos diversos tipos de rochas, ao lado de outros minerais, até concentrada no Complexo Embu, em veios ou bandas de composição quase exclusiva que merecem o nome de turmalinitos.

O tipo de turmalina que ocorre em nosso bairro é muito comum, sendo encontrada em várias outras partes do mundo. A turmalina de Guaianases tem um nome difícil: schorlita, ocorre em maior quantidade e em maior tamanho no Complexo Embu, no Distrito do Lajeado, quando está próxima ou faz parte de rochas brancas, chamadas leucogranitos, que foram formadas por meio da fusão parcial dos gnaisses. Quando os gnaisses passam por este processo de fusão parcial, diz-se que estas rochas estão migmatizadas. Nos quartzitos maciços a turmalina ocorre espalhada por este tipo de rocha, enquanto nos quartzitos finos e friáveis, a turmalina ocorre em bandas finas, algumas dobradas. Ainda no Distrito do Lajeado, mas próximo à Vila Primeiro de Outubro, contrariando as expectativas, a amostra de leucogranito não continha nenhuma turmalina. No Distrito de Guaianases, a turmalina foi encontrada somente em pontos concentrados no granitoide, nas partes onde a rocha é mais branca, porque é rica em um mineral que se chama feldspato.

No Distrito do Lajeado, especificamente no Jardim Aurora e no Jardim Etelvina, foram encontradas as maiores concentrações de turmalina. No Jardim Aurora, a turmalina tem tamanho pequeno e forma de “tubinhos” chamados prismas, a maioria em estado muito alterado, que podem se quebrar ou até desmanchar quando são apertadas com as mãos. Mas no Jardim Etelvina a turmalina ocorre em diversos tamanhos e é extremamente resistente, alguns cristais parecem até que podem ser lapidados e transformados em jóias! Contudo, apesar de muito disseminadas pelo Distrito do Lajeado, nenhuma ocorrência de grandes concentrações deste mineral foi encontrada nesta pesquisa, bem como nenhuma informação sobre seu eventual aproveitamento por parte de nossos moradores, ainda que financeiramente irrisório diante de qualquer outra exploração mineral, ou atividade econômica.

Diversas amostras foram coletadas para futuras pesquisas e para exposição à população, tendo em vista que os locais onde a turmalina foi encontrada sofrem com a pressão da ocupação. No Jardim Aurora, por exemplo, já não é tão fácil encontrar este mineral, pois os afloramentos foram encobertos pelas moradias, ou removidos pelas escavações, o que faz com que a turmalina seja rara em nosso bairro.

Para a origem da turmalina, há muita necessidade de que a rocha original, ou os fluidos circulantes, sejam ricos em um elemento químico chamado boro, sem o qual a turmalina não se forma. Outros elementos de extrema importância em sua composição são: sílicio, alumínio, sódio, cálcio, hidrogênio e oxigênio. Outros elementos presentes, mas não essenciais são: lítio, flúor, ferro, cromo e magnésio.

Como a turmalina é encontrada tanto na unidade de origem metamórfica (Complexo Embu), quanto na unidade de origem ígnea (Suíte Granítica Indiferenciada), pode haver dúvidas quanto à sua origem: se fluidos do granitoide forneceram elementos químicos para a geração de turmalina nas rochas do Complexo Embu, ou se elementos químicos vindo das rochas do Complexo Embu, contribuíram para a geração de turmalina no granitoide, ou se há as duas origens, ígnea e metamórfica, cada uma em sua fase geológica específica.

Apesar das rochas do Complexo Embu terem se formado a cerca de 780 milhões de anos, a idade da nossa turmalina pode ser mais jovem, em torno de 580 milhões de anos, mais associada à idade da Suíte Granítica Indiferenciada, pois cientistas acreditam que o processo de fusão, que deu origem aos leucogranitos, por consequência, às turmalinas, ocorreu naquela época. Pode ser que se encontre turmalina mais antiga, quando este mineral for identificado em rochas que não estejam sob influência da fusão parcial ou dos granitoides.

Há a necessidade de muito estudo para que as dúvidas a respeito da origem e da idade da turmalina sejam sanadas, mas é interessante notar como todas estas informações, ainda que precisem de comprovações científicas, já podem nos fazer pensar em um modelo de evolução geológica para Guaianases.

Venha até a sede da Subprefeitura Guaianases conhecer as turmalinas. Basta agendar um horário pelo telefone 2557-7099, ramal 229, ou pelo e-mail scasouza@prefeitura.sp.gov.br. Visitas sem agendamento estarão sujeitas à disponibilidade de atendimento.

Clique aqui, e confira as imagens do último passeio realizado nos "Sitios Geológicos em Guaianases"

Serviço:
Projeto: “Sítios Geológicos em Guaianases”                                      
Coordenação: Geóloga Stella Cristina Alves de Souza
Coordenadoria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano - Subprefeitura Guaianases - Estrada Itaquera-Guaianases, 2565

Fonte: AISPG

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