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segunda-feira, 27 de março de 2017

Sagrada “Via-Crúcis” é tema de exposição de Gilmar Pinna no Parque do Ibirapuera, em São Paulo-SP

Carla Fiamini

Composta por 46 esculturas de aço inox, com aproximadamente 3 metros de altura cada, "Paixão - Caminhando no amor, na união e na justiça" reúne diferentes religiões e revisita importantes momentos de Cristo a caminho do calvário; escultor internacional lança mão de personagens icônicos do universo religioso, como Buda, Allan Kardec, Iemanjá, Oxalá, Tupã, Krishina, Ganesha e Amon Rá, para dar vida à mostra, que poderá ser conferida até 6 de maio (sábado)

Difícil imaginar Buda no mesmo ambiente que Cristo, com direito à presença de Tupã, Ganesha e Amon Rá? E, que tal Allan Kardec orando no momento da crucificação, ao mesmo tempo em que surgem Zeus/Júpiter e três Deusas Wicca para confortarem Jesus? Essa mistura de religiões é produto da indiscutível coragem e sensibilidade de Gilmar Pinna, escultor brasileiro reconhecido internacionalmente que conseguiu tornar um assunto geralmente polêmico (crença) num palco democrático que convida à reflexão sobre amor, união e justiça.

Aberta à visitação a partir de 6 de abril (quinta-feira), na praça "Aldo Chioratto", no Parque do Ibirapuera, Vila Mariana, em São Paulo-SP, "Paixão" abarca 46 esculturas de aço inox de aproximadamente 3 metros cada, que revisitam importantes momentos da sagrada "Via-Crúcis". A entrada é franca.

Não há como não se impressionar - seja pela imponência das peças (que pesam em média 350 quilos, cada), seja pelo apelo de fé, que, de longe, defende a harmonia entre as diferenças religiões. O trabalho vem sendo desenvolvido por Pinna há pouco mais de um ano e meio e encontra-se em fase final de elaboração, com direito a ingredientes suficientemente poderosos para fazer da mostra a maior ao ar livre organizada nos últimos tempos no Brasil.

Expressivas, as esculturas estão ganhando vida num ateliê localizado em Guarulhos-SP, cidade da região metropolitana de São Paulo. A exemplo dos trabalhos assinados anteriormente pelo artista, as peças chamam a atenção, também, em razão da ousadia que carregam nos mínimos detalhes, que, inclusive, poderão ser apreciados até mesmo por quem passar de carro pelas imediações do Ibirapuera. Um total de 15 momentos (estações) da "Via-Crúcis são lembrados.

         Para começar, que tal Jesus sendo condenado à morte por Pôncio Pilatos, ao passo em que é abraçado por Buda? Já o fundador do siquismo, Guru Nanak, dá o ar da graça na segunda estação, abrindo o caminho de Cristo com pétalas de flores quando Ele recebe a cruz. Rei David, Oxalá e Tupã aparecem logo depois, assim como Amaterasu, popularmente conhecida como a Deusa do Sol e que faz parte do círculo mitológico japonês, dominando o panteão da religião xintoísta.

Após participação de Zeus/Júpiter e das Deusas Wicca, Odin se coloca no lugar de Jesus, em determinado momento da exposição, para receber as chicotadas em seu lugar.

E Pinna, literalmente, caprichou em sua republicana obra: não faltam Zoroastro; o Chefe Seattle; o pai do Espiritismo no mundo, Allan Kardec; Krishna e Ganesha. A originalidade é percebida, ainda, quando Jesus é sepultado por Amon Rá; e entra na obviedade (de forma proposital) na última estação, quando uma mulher dos tempos atuais é julgada por um juiz simplesmente por ser mulher. E o que isso tem a ver com todo o contexto? Vale a pena visitar "Paixão - Caminhando no amor, na união e na justiça" para entender.

Essa, inclusive, é a ideia do escultor: provocar e impressionar o paulistano, a pé ou motorizado, com a mostra, que não terá caráter comercial. Além de não cobrar ingresso, Pinna, que também é professor e embaixador cultural, não vai vender as peças no decorrer da exposição, nem depois que ela terminar, em 6 de maio. O único lembrete do escultor é para aqueles que quiserem trocar o ingresso por um quilo de alimento não perecível, sendo a doação facultativa. O mantimento será destinado posteriormente para entidades assistenciais.

"Imperdível" define!

Currículo
Autodidata, Gilmar Pinna deu início a sua carreira aos 10 anos, elaborando esculturas em areia. Aos 12, conquistou seu primeiro prêmio, o de "Escultura em Areia do Litoral Norte Paulista". O passo seguinte seria dedicar-se à escultura em metal. No início dos anos de 1970, incentivado pelo pintor e desenhista basco Fernando Odriozola, de quem se tornara amigo e admirador, começou a participar de concursos e salão de artes, conquistando, de lá para cá, um sem-número de honrarias.

Em 1976, Pinna organizou sua primeira mostra individual, na Galeria Vanguarda, em São Paulo-SP. Muitas outras vieram depois, bem como participações em exposições coletivas. Ao mesmo tempo, passou a elaborar esculturas sob encomenda para colecionadores e empresários, no Brasil e no exterior. Não demorou para ter obras expostas na Itália, na Suíça, na Espanha e em Portugal.

Reconhecido internacionalmente, foi convidado pela Prefeitura Municipal de Chicago, nos Estados Unidos, para ministrar palestras em escolas públicas e assinar obras para entidades americanas, como a Highland Park High School, de Chicago. Na cidade de Santander, Espanha, teve a honra de instalar a escultura “Dom Quixote e Rossinante”, elaborada em comemoração ao quarto centenário da obra legendária de Miguel de Cervantes.

A convite da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, organizou no Espaço Cultural do Conjunto Nacional, na capital, a exposição “Coleção do Milênio”, que contou com o patrocínio do Banco do Brasil e o apoio da Sanko Espumas, da Super-Inox e do Estúdio Tom Brasil. O Banco do Brasil patrocinou Pinna, também, durante a mostra que realizou em São José dos Campos-SP, município da região do Vale do Paraíba. A exposição ainda contou com o apoio da "TV Vanguarda", afiliada da "Rede Globo", e do Shopping Colinas.

Pinna também foi convidado pela Secretaria de Recuperação de Bens Culturais do Governo do Estado de São Paulo, pela Secretaria de Estado dos Negócios de Esportes e Turismo, bem como pelo Ministério da Cultura para organizar a mostra que marcou a reabertura do Parque Villa Lobos.

Já no Memorial da América Latina, em São Paulo, expôs sua maior coletânea, "Retratos da Vida", com dez esculturas, sendo nove com aproximadamente 20 toneladas, cada. A mostra prestou homenagem a personalidades que, de alguma maneira, se dedicaram à paz.

Em 2007, foi nomeado pela Câmara de Vereadores de Ilhabela-SP embaixador cultural de sua cidade natal, em razão dos relevantes trabalhos de divulgação e contatos culturais realizados entre Ilhabela e outros municípios, tanto brasileiros como no exterior. Destaque para o tratado de “Cidades Irmãs” firmado entre Vila de Lousada, cidade de Portugal, e Ilhabela, que ainda abriga algumas das mais suntuosas obras de Pinna: "Os Corredores", " A Multiplicação", "O Mapa da Ilhabela", que tem 25 metros de altura, "Lei de Deus, Lei dos Homens" e a escultura do pintor Waldemar Belizário.

Os guerreiros medievais e cavalos rampantes, as donzelas e sereias, os enormes peixes metálicos, além da coleção de arte sacra e bustos de personalidades do escultor também podem ser verificadas em outros pontos do Brasil. O imponente "Cavaleiro Fiel", instalado no acesso do Aeroporto Internacional de Guarulhos-SP, é assinado pelo artista, a exemplo de "Os Ciclistas", localizado numa das avenidas mais movimentadas da cidade.

Em 2016, Pinna recebeu um convite inusitado: elaborar um novo símbolo para a Justiça Federal. Lançando mão do tema "Conciliação", criou, então, a Deusa Themis sem vendas e entregando a balança ao povo, ao passo em que sua espada está disposta no chão. Foi o escultor caiçara, também, quem elaborou o "Coração de Aço" da abertura da novela "Babilônia", exibida na "Rede Globo" entre março e agosto de 2015.

Após a exposição ""Paixão - Caminhando no amor, na união e na justiça", que vai estar aberta ao público na praça "Aldo Chioratto", no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, entre 6 de abril a 6 de maio, o artista que ganhou o mundo por meio de seu talento vai finalizar a obra de 10 metros de altura que está elaborando para a  Polícia Militar do Estado de São Paulo. A "Força Tática Em Ação" será entregue ao 44ª Batalhão de Guarulhos em junho de 2017.


Serviço:
Exposição ao ar livre: "Paixão - Caminhando no amor, na união e na justiça"
Escultor: Gilmar Pinna
Temática: Releitura da sagrada “Via-Crúcis”
Endereço: praça "Aldo Chioratto", em frente ao Parque do Ibirapuera - Vila Mariana, São Paulo-SP
Montagem: dias 4 e 5 de abril - das 23 às 5 horas
Abertura: 6 de abril (quinta-feira), às 20 horas
Visitação: de 6 de abril a 6 de maio de 2017
Entrada franca - facultativa a doação de um quilo de alimento não-perecível, que será destinada a entidades beneficentes, posteriormente
Detalhes: A mostra abarca 46 esculturas de aço inox, com aproximadamente 3 metros de altura cada, que reconstroem as simbólicas estações (momentos) percorridas por Jesus Cristo no caminho do Calvário, com direito à presença de ícones de diferentes religiões, como Buda, Guru Nanak, Rei David, Oxalá, Tupã, Amaterasu, Zeus/Júpiter, Deusas Wicca, Odin, Zoroastro, Chefe Seattle, Allan Kardec, Krishna, Ganesha e Amon Rá.
Descrição das estações abaixo:

1ª Estação
Jesus é condenado à morte por Pôncio Pilatos, enquanto recebe o abraço de Buda;

2ª Estação
Jesus recebe a cruz, enquanto Guru Nanak e Lao-Tsé abrem caminho para Ele com pétalas de flores;

3ª Estação
Jesus cai pela primeira vez e recebe a coroa de espinhos do centurião, assim como as coroas do Rei David e do príncipe Haile Selassie;

4ª Estação
Jesus encontra conforto na alegria de Iemanjá e de Oxalá;

5ª Estação
Tupã ajuda Jesus a sustentar a cruz;

6ª Estação
Amaterasu enxuga o rosto de Jesus;

7ª Estação
Jesus cai pela segunda vez e recebe ajuda de Zeus/Júpiter;

8ª Estação
Jesus se encontra com as três Deusas Wicca;

9ª Estação
Jesus cai pela terceira vez e Odin se coloca entre Ele e o centurião para receber as chicotadas em seu lugar;

10ª Estação
Jesus é despojado de suas vestes pelo centurião, enquanto Zoroastro oferece novas vestes a Ele;

11ª Estação
Jesus é pregado à cruz em meio aos ladrões, enquanto o Chefe Seattle o sustenta em seus ombros;

12ª Estação
Jesus morre e Alan Kardec ora abaixo da cruz;

13ª Estação
Jesus é retirado da cruz por Maria, Krishna e Ganesha;

14ª Estação
Jesus é sepultado por Amon Rá e depois, ressuscita;

15ª Estação
Esta Estação reproduz a primeira Estação, mas, na oportunidade, uma mulher dos tempos atuais é julgada por um juiz.

Fonte: AI

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