Deputado apoia caciques contrários à antiga cultura de enterrar vivos recém-nascidos com deficiência ou problemas de saúde; antropólogos contestam intervenção
Parlamentares da Câmara Federal adotarão providências urgentes junto ao governo federal para proibir a matança de crianças indígenas em tribos onde prevalece a antiga cultura de enterrar vivos recém-nascidos com deficiência ou com problemas de saúde. A decisão atende ao pedido de caciques que discordam da prática e não encontram apoio junto à Funai – Fundação Nacional do Índio.
“Há integrantes na instituição, em especial, antropólogos, contrários à interferência do governo em costumes e tradições milenares de povos indígenas que habitam o Brasil”, informou o deputado federal Junji Abe (DEM), ao explicar por que os índios procuraram a Câmara. “Diante da matança de seres humanos, por conta de uma cultura que as próprias lideranças indígenas entendem como ultrapassada, não podemos ficar como expectadores”, vociferou, lembrando que os índios são brasileiros.
Discutido em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família, na quarta-feira (14/06/2011), o assunto causou grande comoção entre os deputados presentes. Além dos depoimentos das lideranças indígenas, houve a exibição do documentário “Quebrando o Silêncio”, da jornalista Sandra Terena. Ela esteve na reunião proposta pelos deputados Roberto de Lucena (PV-SP) e Rosinha da Adefal (PTdoB-AL). Também participaram o professor e líder do Movimento Indígenas a Favor da Vida, Edson Bakairi, e Edward M. Luz, antropólogo do Núcleo de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento de Povos e Comunidades Tradicionais.
De acordo com o deputado, antigos índios acreditavam que o nascimento de gêmeos traz mau agouro à tribo. Em muitos povoados indígenas, ainda é costume matar um dos bebês. Neste caso e também quando a criança nasce com qualquer deficiência ou problema de saúde, ocorre o sacrifício.
Junji classificou a prática como “barbárie”, contando que os recém-nascidos são enterrados vivos. Ele comparou a situação dos indígenas aos sacrifícios humanos feitos por fanáticos religiosos em rituais de magia negra. Em ambos os casos, observou, são atos criminosos. E completou: “não há como aceitar nem um, para preservar a cultura; nem outro, para proteger o credo”.
A opinião de Junji foi compartilhada pelos demais parlamentares presentes à audiência. Ficou decidido que farão gestões junto ao governo federal para que determine a imediata proibição da prática. Também houve consenso entre os deputados quanto à necessidade de aplicar severa punição aos funcionários da Funai e de outros órgãos governamentais que, cientes da matança de crianças em tribos indígenas no País, não tomaram qualquer atitude.
Na visão de Junji, o fato de haver especialistas contrários à intervenção do governo para coibir os assassinatos de recém-nascidos indígenas, não justifica a omissão de quem quer que seja. “Principalmente, de um órgão como a Funai. Ao serem procurados por lideranças dos índios, os funcionários teriam de agir e levar os fatos ao conhecimento do Planalto”, pontuou. Para o deputado, nada há que torne aceitável essa “horripilante” matança e nem o comportamento passivo de agentes públicos.
Fonte: Assessoria de Imprensa
O deputado Junji Abe conversa com Roberto de Lucena |
“Há integrantes na instituição, em especial, antropólogos, contrários à interferência do governo em costumes e tradições milenares de povos indígenas que habitam o Brasil”, informou o deputado federal Junji Abe (DEM), ao explicar por que os índios procuraram a Câmara. “Diante da matança de seres humanos, por conta de uma cultura que as próprias lideranças indígenas entendem como ultrapassada, não podemos ficar como expectadores”, vociferou, lembrando que os índios são brasileiros.
Discutido em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família, na quarta-feira (14/06/2011), o assunto causou grande comoção entre os deputados presentes. Além dos depoimentos das lideranças indígenas, houve a exibição do documentário “Quebrando o Silêncio”, da jornalista Sandra Terena. Ela esteve na reunião proposta pelos deputados Roberto de Lucena (PV-SP) e Rosinha da Adefal (PTdoB-AL). Também participaram o professor e líder do Movimento Indígenas a Favor da Vida, Edson Bakairi, e Edward M. Luz, antropólogo do Núcleo de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento de Povos e Comunidades Tradicionais.
De acordo com o deputado, antigos índios acreditavam que o nascimento de gêmeos traz mau agouro à tribo. Em muitos povoados indígenas, ainda é costume matar um dos bebês. Neste caso e também quando a criança nasce com qualquer deficiência ou problema de saúde, ocorre o sacrifício.
Junji classificou a prática como “barbárie”, contando que os recém-nascidos são enterrados vivos. Ele comparou a situação dos indígenas aos sacrifícios humanos feitos por fanáticos religiosos em rituais de magia negra. Em ambos os casos, observou, são atos criminosos. E completou: “não há como aceitar nem um, para preservar a cultura; nem outro, para proteger o credo”.
A opinião de Junji foi compartilhada pelos demais parlamentares presentes à audiência. Ficou decidido que farão gestões junto ao governo federal para que determine a imediata proibição da prática. Também houve consenso entre os deputados quanto à necessidade de aplicar severa punição aos funcionários da Funai e de outros órgãos governamentais que, cientes da matança de crianças em tribos indígenas no País, não tomaram qualquer atitude.
Na visão de Junji, o fato de haver especialistas contrários à intervenção do governo para coibir os assassinatos de recém-nascidos indígenas, não justifica a omissão de quem quer que seja. “Principalmente, de um órgão como a Funai. Ao serem procurados por lideranças dos índios, os funcionários teriam de agir e levar os fatos ao conhecimento do Planalto”, pontuou. Para o deputado, nada há que torne aceitável essa “horripilante” matança e nem o comportamento passivo de agentes públicos.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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