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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Um Brasil idoso, por Junji Abe

Detectada em 1980, a tendência de célere envelhecimento da população brasileira vem se cristalizando a cada ano. A pirâmide etária se inverteu por causa do aumento da longevidade e do menor número de nascimentos.

Em 2030, 20% dos moradores do Estado de São Paulo terão mais de 60 anos. Estudo da Fundação Seade também mostra que, em nossa Mogi das Cruzes, o número de idosos irá quase dobrar nos próximos 15 anos, atingindo 87.344 habitantes.

O Brasil está envelhecendo numa velocidade maior que a das sociedades mais desenvolvidas e prevalece o despreparo em relação à Terceira Idade. Tanto na oferta de serviços públicos quanto no aspecto cultural – especialmente, a maneira como a sociedade trata o idoso. Pouco se tem feito para lidar com esta realidade e menos ainda para enfrentar o cenário que ela projeta.

Há programas de atenção à saúde nas três esferas de governo, mas ainda atendem a poucos idosos e, não raro, são interrompidos. É preciso priorizar desde a prevenção de doenças até a criação de cuidados voltados à fase final da vida. Também faltam profissionais especializados no atendimento ao público veterano.

A missão de viabilizar políticas públicas adequadas à Terceira Idade exige empenho do poder público e a participação da sociedade. Demanda múltiplos programas. De saúde e previdência social (com valores justos nas aposentadorias), passando por esportes e lazer, até iniciativas que proporcionem relacionamento saudável dos mais jovens com os veteranos.

Voltando ao cenário mogiano, quando fui prefeito da Cidade (2001 a 2008), dediquei especial atenção aos dois extremos mais vulneráveis da população: a criança e o idoso. No rol das ações dirigidas à Terceira Idade, destaco a implantação do inédito Pró-Hiper, focado em cuidar da saúde física e mental de quem tem mais de 60 anos. Reúne atividades de recreação, sala de ginástica com modernos equipamentos, piscinas aquecidas, saunas, vestiário, quiosques e laboratório de informática, dotado de computadores com acesso à internet. Este último garante ao idoso a chance de interagir com novas ferramentas do mundo moderno.

O atual governo também tem se esforçado para melhorar a atenção ao idoso. Destaco as ATIs (Academias da Terceira Idade), com aparelhagem destinada às atividades físicas em espaços públicos. As prefeituras são os entes mais penalizados com a queda de repasses da União e dos estados. As baixas financeiras prejudicam ações importantes, como serviços de manutenção e a abrangência de programas sociais.

Governantes e a própria sociedade precisam correr contra o tempo para se ajustar à realidade que se avizinha. Envelhecer é inevitável. As limitações físicas e mentais também são. Cuidar do idoso não significa tolhê-lo de sua individualidade e autonomia nem fazê-lo crer que deixou de ser útil, porque isto seria ferir de morte sua autoestima.

Apesar dos meus 74 anos, não estou advogando em causa própria. Sempre fui intransigente no zelo aos princípios de nunca abrir mão do dever de conceder à Terceira Idade o que ela merece: respeito, gratidão, reconhecimento, amizade, atenção e amor, muito amor.

Junji Abe é líder rural, foi deputado federal pelo PSD-SP (fev/2011-jan/2015) e prefeito de Mogi das Cruzes (2001-2008)

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