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quarta-feira, 9 de março de 2011

O heliponto e a lógica ilógica da contribuição


Nas Assembleias de Deus em São Paulo está acontecendo um verdadeiro absurdo. Existe uma pequena congregação, que reúne um pouco mais de doze pessoas em um bairro periférico, fechando por falta de dinheiro do aluguel.

Enquanto isso, avança a construção de um mega-templo sede das Assembleias de Deus no bairro do Belenzinho, com direito a estacionamento de shopping center e heliponto.

O absurdo não nasce do fato de existir igrejas nas periferias em salões alugados e grandes templos de sede. O absurdo nasce do fato que os dízimos e ofertas das igrejas periféricas sustentam a megalomania da igreja sede. Sim, igrejas pobres têm que mandar dinheiro para construções de luxo.

Imagine a seguinte conta da igreja no bairro pobre:

5000 reais de arrecadação com dízimos e ofertas.

Menos 1000 reais com despesas de aluguel, água e luz.

Menos 200 reais para uma pequena ajuda de custo para o dirigente local.

Menos 100 reais com compra de materiais de limpeza.

Menos 200 reais para uma pequena ajuda de custo para a irmã que faz a limpeza do salão.

Quanto sobra?

Sim, os 3500 que sobram vão para outras despesas? Não, vão para a sede. Nas Assembleias de Deus de São Paulo o caminho é inverso. Em lugar da igreja sede (rica, grande e poderosa) ajudar as periféricas (pequenas e pobres) o contrário acontece: a igreja periférica precisa gastar o menos possível para mandar toda a sobra à sede. E o que a sede faz? Mega-eventos, mega-templos e mega-vaidades, mega-egos e megalomania...

E se a igreja periférica quiser comprar novas cadeiras ou um bebedor? Precisa levantar uma oferta especial, ou seja, mais pedidos de dinheiro além do que as pessoas normalmente contribuem. E as pessoas estão ficando irritadas com essa situação. Um pai que viu o filho cair de uma cadeira quebrada na igreja disse: - Vou deixar de dar o dízimo na igreja e pegar esse dinheiro para comprar novas cadeiras. O dízimo não é para o “mantimento de minha casa”? Perguntou o pai indignado.

Não só para o mantimento do templo, como para ajudar os mais necessitados, conforme fica claro no Novo Testamento. Mas as igrejas não podem fazer caixa de assistência social com dinheiro do dízimos, pois a sobra precisa ir para a sede. Absurdo. Se quiserem mandar uma oferta para as vítimas das enchentes no Rio, por exemplo, são obrigados a fazer campanhas e mais campanhas.

Se a maior parte das contribuições não fossem para a sede certamente teria dinheiro de sobra para novas cadeiras e mais contribuição aconteceria pois as pessoas veriam resultado de suas ofertas. Enquanto isso, a igreja sede, com dinheiro das periferias, está construindo um mega-templo com heliponto. Pergunte para cada irmão do subúrbio se eles têm helicópteros.

Podemos nos orgulhar, pois não temos salas para escola dominical, mantemos poucos missionários no exterior, não temos salas de recreação para as crianças, não temos universidades e faculdades respeitáveis, não temos caixa de assistência social, não temos igrejas com estrutura mínima de acolhimentos aos visitantes não crentes, mas acima de tudo temos um heliponto na mega-sede com cara de shopping center. Legal, não é?

Fonte: http://teologiapentecostal.blogspot.com/

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